quarta-feira, 16 de julho de 2008

| ...Éramos Sete |

>> Para lembrar os bons tempos dos anos 80/90 veja/escute o Ultraje a Rigor e aproveite para abrir uma cerva bem gelada. <<

|...Éramos Sete|

Segue as cegas a amizade mais certa que vivemos.
Éramos se7e, hoje corporativistas solitários.

Amizade de meninos com meninos por meninas.
Vila como casa, praia como quintal.

Lá na "RUA" praça, igreja, skate...
Centro das paqueras.

Ula-ula, cangas, chapéus... olha o sanduba!!!
Ponta Negra com verde imenso.

Cerca de estaca.
Mangaba, Siriguela tudo na mata.

Pão doce com manga tirada do Pé
após o surfe de um dia quente.

Gameleira, barcos na maré cheia, brincadeiras de
Jaspion e Changeman.

War, Imagem&Ação, Banco Imobiliário... saudades
dos grilos e almofadas no chão.

Dream Party I, camisinha, pirulitos e muito Titãs.
Varanda como palco, rodo era baixo, vassoura
com nome de gente: "Gibson".

" E aos treze anos de idade eu sentia
todo o peso do mundo em minhas costas..."

Doçuras de adolescentes em épocas amargas
com colheradas de brigadeiro.

Lá vem a Laura!!!

Machadão, colégio com rima conhecida,
porém, rico em pessoas nobres.

Advogado, Jornalista, Contador, Geólogo, Publicitários e Empresários.
Imagine os que não sei.

Ternura na distância, agressividade na alma.
Adultos por obrigação na pele de Peter Pan.

O que seria melhor depois de umas boas lágrimas
do que declarar toda uma saudade presente?

Trabalho dignifica o bolso,
mas distância... o humano.

Aos sessenta faremos cinquenta .
Acreditam?
Hoje quase vinte, ainda distante...


Saudades dos amigos de todos, saudades dos meus amigos.



Uma pequena homenagem aos grandes amigos de cada um

e eu, em particular, dedico a eles: Wild, Eros, Nem, Uili, Yuno e Léo.

Julho de 1988.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

|Sábado|

Escultura parte do acervo do Museu Erótico no bairro boêmio de Montmartre – Paris/França. E nada mais boêmio do que ler, ouvir e ver com Tim Maia em ‘Imunização Racional’.


“Sábado”


Sentimentos fartos de cobiça dentro de um
micro pedaço de pano branco, não é tão
comum quanto se imagina.


A incerteza em pessoa, de cabelos longos e loiros,
de partes majestosas parou em minha frente.


Direta ou esquerda?


-Já dizia a minha mãe: Pegou?Temquecomer.


Boca seca de vontade para experimentar, EXPERIMENTEI.
Com muita precisão e ao gosto de laranja, minha boca
adormece sem opção.


Gula. Pecado maravilhoso!


Sem espaço, só me resta o chão que é feito sob medida.


Sorrindo verticalmente para meus olhos... continuei.
Nem bateria de escola de Samba, dançarino de Frevo
faria isso com tanta maestria.


Cento e quarenta e sete batimentos por segundo.
Ela fez.


E coerente com a vontade, fui em frente.
Com entradas e saídas de Déjà Vu, não
pude segurar.


Avesso de anverso. Afirmo a harmonia!


Duvida?


Junto com o arrepio de se ver, veio o calor de se sentir.
Com os pés firmes, mantenho o olhar até chegar perto
para depois quem sabe, ficar mais distante.


Descansamos acelerado para completar assim, o que
faltava para aquele Sábado de mais um Carnaval.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

|Se encaixando na teoria|

Albert Einstein no Museu de Cera Madame Tussauds em Amsterdam/Holanda “Se encaixando na teoria” (Com “Blá, blá. Blá eu te amo” de Lobão na versão acústica).


...Lamber lentamente a pele salgada de água do mar,
foi o segundo passo.


Com movimentos mais densos fiquei sem tempo.
Velocidade.


Átomo por partes.
Qual frase ele falaria para aquele exato momento?


Sorriso de canto com olhos baixos, fazendo parte do
novo desejo com sentidos.


De costas, ficou mais macia.


Com movimentos das ondas em linhas horizontais
ficamos tontos de respirar com o mínimo de intervalos...


...foi como dançar sem gravidade.


Poesia já era!


Ela deixou seus ombros mais leves, percebi pelo beijo...
Abraço ancorado sem prévio aviso.


... E enquanto isso, melodias se formam
sem escalas em sua composição.


Olhos vizinhos cobiçavam o momento.
Ela, molhada duas vezes, sorrir em par...


Com tanta teoria, a prática era inevitável.
Por isso, me use...


...Ou me ame.


|Costas Quentes|

Andarilho “estacionado” ao lado do Museu do Louvre em Paris/França


“…Costas quentes, dentes acesos, olhos de espelho, cabeça de leão
lançando o perigo na ponta do enfeite estica o caminho quem manda no chão…”

Nação Zumbi.

…Andar por lugares com a mente é ser onipresente.
Neste momento os outros oitenta por cento que dormem,
pedem mais da droga a base de distração.

Quero andar mais como Hariel, Matheus e a pequenina
Valentina que está por vir.

- Quando crescer vai poder ser.

Esses são os planos.

E foi quando levei minha alma para passear
sem sentir frio e sem voar.

Mas tenho alma.

Dando risada de mim, levei a mão
até meus olhos…

Ficar desacelerando enquanto se despreocupa
é o momento esperado de todo pulmão que somos.

Observando os chapéus estendidos ao longo de um
piscar de olhos, faz com que eu sonhe novamente
como ontem.

Não estou sentido nada… e continuo pensando.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

| Com prazer... Imagine |

Ambiente em minuatura do Museu Erótico de (Pigalle) Montmartre - Paris
(Com prazer...Imagine com Chico Buarque em 'As Vitrines')


Foi sem batom que a senti chegando perto

...prendi a respiração, abri os olhos, comecei a sentir

o gosto da dita boca bem delineada a minha frente.


Foi uma escada vermelha que nos levou para

uma pequena mureta e ela nos separava do

precipício de estar tão longe.


Nas pontas dos pés e sem esforço ficamos imóveis.


Víamos um jardim...


Silêncio não fazia parte do discurso.

Com atos e fatos ditados sem pudor,

aceleramos no desejo de sermos nervos.


Instinto.


Duas palavras para desenhar: silêncio e prazer.


Sem força, o céu mostrou que gostaria

de ter seu par com todo aquele calor.


Mas o vento... Ah! O vento...


18h53min. de uma pequena varanda antiga.

As horas passaram lentamente para não aproveitar o depois.


Os sorrisos se cruzam sem ajuda da loucura achada

em meio a tanta energia.


Fechamos os olhos para o nada

que ali estava preenchido.


Corpo sem dó é um vício.


Mente perto de tudo que é molhado.

Contínuo assim, parado.


Sentindo por dentro, fico quente

e com força de ir e vir cada vez mais ritmado.


Teu suor veio em forma de gemido

seguindo uma composição em Dó maior.


E eu, ainda parado, fico aqui nesse degrau de escada

adquirindo células cancerígenas com ajuda do meu

isqueiro verde limão.


Foi assim, com prazer, que te imaginei...

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

| 12 de Abril de 2005 |


“... Por ti junto aos jardins cheios de flores novas me doem os perfumes da primavera.
Esqueci o teu rosto, não me lembro de tuas mãos,
como beijavam os teus lábios?
Por ti amo as brancas estátuas adormecidas nos parques,
as brancas estátuas que não tem voz nem olhar.
Esqueci tua voz, tua voz alegre, me esqueci dos teus olhos.
Como uma flor a seu perfume, estou atado a tua lembrança imprecisa.
Estou perto da dor como uma ferida, se me tocas me farás um dano irremediável...”



Pablo Neruda, 1978 (de Para nacer he nacido)



Não estranhe começar esta carta com uma poesia de Neruda.
Falo com intimidade: Neruda. Por que estou mais do que nunca apaixonado por ele.
É... apaixonado.

Ele que é tão misterioso quanto à nuvem do céu da tua boca, onde minha cabeça irracional muitas vezes explorou jorrando alegria e vida em vão.

E ao mesmo tempo tão in-ocente como comer um pedaço de pizza com a mão e lamber os dedos melados em uma ação in-esperada, e sentir prazer.

Ele, Neruda in-vadiu minha alma sem pedir licença, assim como um dia fizeste a minha pobre mente.

E em forma de poesia ele deixa sementes que me faz sentir paz através da dor, como há muito eu não tinha.

Quero escrever com amor.
E quero fazer isso com coerência, para não perder a razão e cair no óbvio.

E com amor, recito esta poesia através do vento, aonde chegará aos teus ouvidos de uma forma nítida e suave, as minhas doces e ao mesmo tempo tão amargas palavras escritas nesta carta... Mesmo que me sinta tão cansado, não vou deixar de falar a verdade mais profunda e in-certa que o in-finito.

Verdade que vem deste pedaço de carne por onde e sem trégua, arremessa o fluido que faz minha vida ter vida.

Há tempos não in-comodo os teus ouvidos. Os mesmos que um dia escutaram meus suspiros, como quem se afoga no mar calmo e raso, a procura de se libertar aos gritos da vontade de te dizer: te amo.

Te amo. Em forma de vida.
Te amo. Em forma de socorro.
Te amo. Em forma de morte.
Te amo...

Com a mesma in-tensidade de te falar com os olhos apertados, que não és hoje a mais perfeita. Fazendo-me assim, entristecer.

O meu “In”, hoje, é mais do que in-certo.
É certo.

Mais do que in-seguro.
É seguro.

Mais do que In-grid, é...“Out”.
Como os peixes in-vertebrados que um dia acolhestes dentro do teu lago profundo e quente. E como uma onda gigante os expulsasse de tal forma, que os sinto até hoje,
in-quietos a tua procura.

Procura essa que cessou.
Procura que não existe e
que nunca existiu de tua parte.
E hoje, não mais da minha.

Minto.

Peço licença e perdão para minha falta de pudor, e acrescento a minha in-ocência, tal como
a do meu primeiro amor.
Que hoje a ti tenho, ou tinha.

Minto.

E que se tornam lembranças... As mesmas, que não passam de momentos carnais.

Minto.

Momentos esses, que aos poucos são tomados por uma enorme e forte vontade de te dizer só mais uma vez... Só mais uma vez...: Como é bom te ter só minha, só minha... Desnuda e linda como uma rosa pequena desabrochando que cabe na palma de minha mão.

Mão esta, que consegue em meio ao campo imenso de um outono sombrio, te achar.

Rosa que é comum.
Mas tão diferente.
Tão única.
Que é in-visível a olho nu.
Assim como o castelo que construímos.

Nu, que me faço neste in-stante, sem ti.

Sem tua voz ofegante pedindo em forma de clemência para não parar de te amar loucamente, entre gritos de desejos e compassos apressados de nossos corpos.

Assim, da mesma forma apressada que tua alma me deixou.
Alma essa, que está armada, e que tem surtos in-cessantes de loucuras, que é capaz de nos tirar da terra.

Terra que pára.

Pára ao sentir o clímax do nosso amor.
Amor esse, que não mais existe...
Ao contrário da tua delgada linha de lua nova, que tem tua cintura: cintura esta, que toco diariamente ao ver o céu do meu quintal.


In-grid.

Nem in, nem out.
É assim que me encontro nos teus pensamentos perdidos.
Que é achado por outro sem nome.

Nome que hoje tenho, Edu-ardo.
Que tanto te aqueceu nas tardes e noites frias.
Na tão sonhada e desejada Ilha não linear da vida.

Ilha que não mais existe.

Minto. Existe sim.

Mas tempo é o que realmente não temos. “E mesmo assim, quero exercitar a faculdade de abstrair as aparências, medíocres ou dramáticas que encobre a beleza divina subjacente em tudo”. E por isso mais uma vez me perco no tempo, mesmo sem tê-lo.

Tempo, que não controlas mais.

Controle que tenho e que tu me roubas, assim como fez “esse” Porto Alegre pela segunda vez, roubando mais um amor meu... Mas sei que muitos virão... Sem in e out.

E por isso, estou saudoso de uma primavera tão esperada, e ainda, não vivida de nossa vida a dois...
Em um único e só corpo... e mente.

Me abrace e me dê um beijo.

Minto.


Natal, 12 de Abril de 2005.

domingo, 19 de agosto de 2007

| Desafinada-mente... |

" Desafinada-mente..." (vamos nos afinar com ‘Flowers’ de Emilie Simon)



... mais de um ano se passou.

Como começo, um restaurante.
Horas rápidas e certeiras.
Meio dia, sem início e fim. Apenas Quântico.

Sempre em dois. Eu e ela.
Ela com ele assim como irmãos.
Eu com ela assim como amigos sem cor.

Salada e moto ao molho da vontade.
Receita pronta não existe.
Gosto de comida, ela sobre a mesa.

Livro na mão que falava de vida casada
com a morte em plena lua de mel.

Era só um conto?

Apelido em Francês.
Acesso difícil.

Conheci deste jeito.
Menina verde, hoje mulher doce.

Ela é suave e atrevida.

Abraços de dedos.
Desejei mais que isso e ela nem soube.

Eu do lado oposto ao Sul... Temporariamente.
com sonho realizado.

Não presto por pensar. Ela também não!

Cinta liga faz parte do meu presente.
Moulin Rouge? Não paguei pra ver.

Minha chave lhe custou R$ 1,50.
Quem dá mais?

Ela arquiteta planos como quem faz contos.
Até me matou para fazer uma novela mexicana.

Noite de lua com cara de Alice esperando a maravilha.
Foi assim que fiquei.

E me contento com bits.
Tela pequenina como os pés dela.

-Eu te mostraria minha cama, se não tivesse tão bagunçada.

Cem vezes para escovar o cabelo, não é o suficiente
para esquecer.

Ela é sempre várias.

Se todo palavrão fosse bem vindo, eu GRITARIA: QUECOISALOUCAÉTUACINTURAABRAÇADAPORTRÁSPUTAQUEOPARIU.

Como criança de dez anos de idade, deixo meus post-it
com a sombra da dúvida.

Meu balcão fala baixinho, quase sussurrando:

-Tenha ela aqui, sempre em vista, de preferência em cima de mim, molhada e ofegante.
Melhor visão não há!

Eu disse sem me conter:

-Não rebola!

E o meu “não” é sempre seu alimento predileto.
Um dia terei surpresa se o “sim” vier.

Amizade que nos sustenta.
Desejo é o que somos.
Tesão? Há o tesão... Preciso completar?

E pensar que nas ruas de tão, tão distante, lá longe, bem depois do Oceano Atlântico,
eu escolheria nada mais, nada menos, que uma simples rua para poder te ter,
assim, pendurada em meus ombros.

Olha como esse mundo dá voltas...
E ainda me sinto com dez anos de idade.

Se isso é bom? Só o tempo vai dizer...



Edu Ferr.

(Foto de uma artista de rua em Paris. Temos muito por aqui e nem notamos)

terça-feira, 14 de agosto de 2007

| Seu Pereira |


“Seu Pereira” (papiei com Seu Pereira ouvindo ‘Temptation’ de Diana Krall)

Colha uma goiaba madura do pé.
Morda um pedaço dela...
Mastigue lentamente sentindo o gosto doce, suave e natural...

Agora corte um pedaço de queijo Coalho, ponha na boca... isso... assim...
Sentir o salgado após o doce é um processo.

Seria esse o pior começo de um texto?

Respire.

Tome um gole de água para tirar o gosto.
Pode comer até Gengibre.

Neste momento misture os dois... Que sensação você tem?
É assim que nos sentimos: diferentemente indiferente.

Seu Pereira me falou que a cidade se chamava Parnamirim antes
de ser Eduardo Gomes, uma homenagem.
E agora é Parnamirim... de novo.

Nasci lá.

Vamos ser de novo...
Sei que imagina, assim... Experiências.

E eu, te imagino fumando cigarro mentolado em um
andar desses prediões perdidos com uma pequena varanda,
sentada em um outro pequeno espaço de concreto e cercada
de plantas com menos vida que você.

Seu Pereira ganhou as três partidas seguidas que jogamos
com no mínimo três Damas.

Te quero puta.
Só minha, mas te empresto para viver.

Seu Pereira sem pretensão e sem olhar, me disse
que a experiência não se tira do bolso.

Opa! Assopro... Dancei!

Excessivamente qualquer coisa
é o “obrigadão” do depois.

E lá vai Seu Pereira, homem bom e paciente...
Eu fico aqui, dando risada do que amanhã vai ser.


Edu Ferr.