sexta-feira, 22 de junho de 2007

| Fuderam a física |

“Fuderam a física” (Melhor fuder com La Valse de uma banda francesa chamada Louise Attaque)


Gente solta, leve...
Ando sem pressa e com olhos fechados.
Parado em meu sentido que é puro instinto.

Vejo corpos ocupando o mesmo espaço.
Lei da gravidade só existe para penas altas
como não dar chance.

Eles, como laboratório ao ar livre, seguem se enroscando
contrariando possivelmente o desejo de ser uma maçã recém nascida.

Ser lúdico ao cubo, sem raiz quadrada me segurando firme, me faz somar forças
e querer dividir o que tenho, sem posse.

Um gole gelado do passado engarrafado.

Lentamente visualizo minha lágrima atingindo meus dedos
como um torpedo sendo lançado em alto mar.

Teclas afudam com a velocidade da luz rompendo até à barreira
do... do... do...

Lembrar relativamente que o teu café quase frio de hoje, que vai sendo tomado
pela segunda vez em uma caneca de estimação, é a forma mais absoluta
de esquecer que tenho medo de ir.

Um gole gelado do passado.

Os dois corpos agora sozinhos refletem o que um dia foi fogo em plena combustão.

Quero pó químico. Água dá choque.

Um gole gelado.

Um gole.

Um... dois...

Um pra lá... dois mais distante.

Edu Ferr.



quinta-feira, 21 de junho de 2007

| Lado de fora |

“Lado de fora”

Datas são como um marco na cabeça de uma pessoa.
Objetos são provas concretas que ali existe alma, mesmo que inanimada.

Se vestir pelo lado de dentro não significa se arrumar.
Tempo em dias, é uma forma de medir sua visão. Mesmo que esteja surdo.

- Você não me agüenta uma semana.
- Será?
- Quer apostar?
- Quero!
- Uma garrafa de vinho?
- Okay.


Eujá –VI isso. O tempo se repetindo sem mais e com muito menos.

Ver do lado de dentro com um “olho” só, é uma merda.
Dia de sábado entrando nos domingos de 24, tempo com viagem em céu amarelo.

Fixamente me perco com fidelidade.
Seguir tuas palavras por onde tive que inventar até gramática para poder te ler. E hoje, sou analfabeto de sangue por você.

No objeto de achar pessoas à distância, toca The Killers - "When you were young" e
ao me chamar com choques do lado esquerdo, me assusta o número do tempo.
E mais uma vez sento e paro pela metade. Basta ser completo para ser errado?
Bloqueio existe para ser usado. Eu segui suas palavras mais uma vez.

Segunda chance não existe quando velho. Nem tentou.
Me pendurar pelo pé sem cabeça, não é meu circo.

Sou Reai$ para o seu mundo.
Não vejo seu mural com espaço. Só muro.
Três segundos é o que a cabeça leva pra ver o seu corpo do lado de fora e sem alma.



Edu Ferr.

terça-feira, 19 de junho de 2007

| Créditos finais depois dos trailers |


“Créditos finais depois dos trailers” (bom sentir com a trilha do Teatro Mágico - Realejo)

Existe uma ordem: antes e depois, nada mais.

Prato do dia: eu choro leite, você chora café...
E com gosto amargo de um sábado sem sono.
Embora adoçado pela chuva em um mural sem fotos que
nem foram notadas a ausência. Me deixo levar.

-Estou afim, quero tentar.
-Mas você me espantou.

Tenho uma linha de luz amarela que nos leva para uma tela sem tamanho.

Leio um tema de filme seguindo o dia que pode ser quente ou frio.
Ver trailers como acidente, é passatempo.
Os créditos finais é o que nos resta.
Que gênero você gosta?

Quero algo orgânico, pode ser felicidade.
-Tem, mas ta faltando.

E sentado com as pernas cruzadas para dar sorte.
Sirvo-me de uma.

Me jogam na cara o dever, quando na verdade era só querer
Apontar o dedo? Exercício para falanges, falanginhas e falangetas.
Tô cansado. Você não?

Verbos soltos com conexão.
Quero cuidar porque posso.

Eu sou agora, o terceiro da fila. Já fui o segundo.

“Uhuuuuuu!!!” é só o que me cabe ler.
Que dó da falta.
Quero ser presente, como as sardas dela.

Espero ansioso para o errado. Certo já fui.
E agora quero dar o devido valor.

Lá vou eu engolir mais um TUDO BEM!
Cadê as nossas falas?

Trilha para ilustrar o final pálido.
Desliguem o celular.
Você viu o meu nome?

Acenderam as luzes que não são de emergência.
Fico aqui, sentado, esperando e seguindo a linha do teatro
mágico que é o cinema da alma, e que nos toma como
roteiro para não creditar o que merecemos.

Por isso, faça o seu.


Edu Ferr.

| Apenas um pré-roteiro |


“Apenas um pré-roteiro do dia-a-dia”


Tenho um colega que fala sempre em ônibus, paradas, marquises...

46, 37, 47, 35, 70... O 44 ? Que rolé troncho. Mas é a vida. Serão esses números de possíveis destinos?

Barulho de freio. Abre porta, sobe escada, fila pra subir? Quem respeita?
Fluxo invertido para não dar calote e descer sem pagar. Medida de segurança.
Você sente isso?

Que preço alto para fugir.

Cobrador. Na vida, todos têm ao menos um.
Quem não cobra?

Vale transporte é entregue nas mãos. Estudante, só meia. Se entregar por inteiro é que não dá.

Algumas pessoas chamam de catraca, roleta e até de uma forma carinhosa: borboleta.
Eu, de nada.

Vida que segue com paradas.
Lugar pra sentar, é raro.
Horário de pico, quem não tem?

Mp3 para os mais “muderninhos”. Rádio à pilha para os que aprenderam com o tempo. Que não é pra menos, sempre tem lugar garantido com direito a plaquinhas e tudo.

Parada errada.
Alguém sobe, desce...

Itinerário quase concluído.
Resta ir pro fundão ver todos “dando” as costas pra você.

Seguir em frente é como um corredor de ônibus: sempre vai ter alguém sentado, em pé, outros dando a vez, te ajudando a puxar a cordinha para sua parada ou até mesmo te encochando. Tem quem goste.
Mas sempre vai ter alguém, sempre.

Coisas da vida como ela é. Ou é um retrato básico da vida?
Pra mim é um tremendo grande ônibus lotado com pré-roteiros sendo feitos a cada parada.

Descer é fácil. Quer ajuda?


Edu Ferr.

| Água e água não se misturam |

“Água e água não se misturam”


-Vamos lá, fale o que você quer.
-Fale você primeiro, mas fale tudo. Vou ficar ouvindo.

É assim, depois de uma conversa onde as pessoas pedem para ser o primeiro, mas quando dão à vez é sempre querendo ser o primeiro.

Ledo engano quando pensamos que podemos colocar alguém em primeiro lugar.
Não, desta vez não é uma poesia. Parece mais uma reflexão baseada em uma imagem. Que reflexão barata!

Papo onde todos, mas cada um deles foi citado. Sim pessoas, eles foram CI- TA- DOS um por um... Acredite, os defeitos são as primeiras coisas em uma boa conversa para se começar a colocar um ponto final.


Vejamos o cenário:

- Cadeira
- Sofá
- Tapete
- Banquinho com dois copos de água. Eu disse DOIS copos, mas com o mesmo conteúdo: ÁGUA. Pode ser Vodka, pinga sei lá... Dúvida é fato!
- Cinzeiro, para os fumantes, é claro!
- Um livro ali no fundo? É, talvez...
- Uma foto. Ao menos é o que parece.
- Uma coisa em forma de caixinha... não sei bem...
- Um lance branco, outro preto no sofá... controle? Nós temos?!
- Objeto não identificado no encosto do sofá, ali, bem no canto superior direito. Ta vendo?


A conclusão disso tudo pra mim, é que ali, naquele “cenário” foi travado a maior das maiores batalhas já vista por todos os ouvidos: Amor x Amor.

Defeitos e defeitos, não se misturam. Água e água, também não. Quem tomou?
Eis à questão!

Entenda como quiser.

Edu Ferr.

| Azul redondo |


“Azul redondo”


Areia firme como água e solta como pedra em ladeira rolando.
Passos largos de quem engatinha para o azul redondo.

Infinito com linha tênue entre ser e estar.
Pegadas do passado que se reescrevem.

Azul...

Futuro ainda pequeno, mas com vida cheia.
Passos com a mão, uma após a outra.
Redondo são os reflexos deixados pela brisa.

Azul...

Três são as pontes para o quarto passo, um de cada vez.
Silêncio sem tempo e medo.
Ondas sem barulho para ver. Raso, fundo é assim o azul redondo.

Azul... Às vezes cinza, sem vento e com vela.

Azul redondo, lindo, vivo, com idas e vindas.
Espaço imenso até encontrar o hoje.

E o sol vai embora atravessando o atlântico para um azul mais redondo.
Um novo dia começa.

Azul redondo sem linha, sendo e estando.

Azul quadrado de ontem.
Azul redondo de hoje.
Amanha?... azul... só azul e de corpo inteiro sem pressa.
Edu Ferr.